terça-feira, 18 de agosto de 2009

AUSÊNCIA DE VIDA

Na madrugada solitária como sempre, apertando desanimadamente os botões do controle remoto, tomando meu leite com café, ouço então um barulho no portão. Logo levanto e olho de relance em direção ao portão e vejo uma sombra marron, pisco olho novamente, e então decifro que aquele borrão é um braço negro tentando desativar o motor do meu portão, num gesto subito:
-PAAAAAAAAAAIIIIIIIII
Mesmo com o tornozelo quebrado e com a cara virada com meu pai, corro até seu quarto ascendendo todas as luzes possiveis, o coração saltando pela boca, a dor do tornozelo esquecida diante da dor do medo
-PAAAIIIII, TEM GENTE TENTANDO ENTRAR EM CASA, ESTÃO ARROMBANDO O PORTÃO
Em uma fração de segundos, todos que antes dormiam recuperando as forças do final de semana estão acordados e apavorados. Alías o que se faz numa situação dessa!? Ligar para polícia?! Fingir que não há ninguem em casa!? Corre meu pai para sala para ver a situação, o braço que a pouco ali palpeava a procura de abrir o portão, ali já não está mais, uma imensa falta de ar me ataca, e aquela maldita crise de pânico volta como se nunca tivesse desaparecido.
Com o celular na mão meu pai então chama a polícia, que até agora um dia depois de tudo isso, nem sinal deu, espera a policia, a vontade de sair lá fora colocar um cadeado no portão, mas o medo de o ladrão voltar, e continua a espera da policia e nada.
Então resolvemos que tinhamos que fazer algo no portão, com muito medo mas tentando se mostrar forte perante as trÊs mulheres da casa, meu toma a decisão de sair lá fora colocar cadeado no portão. Eu fico na janela observando aquele vão por onde eu vi a mão, com a mão no coração segurando meu cordão de Nossa Senhora Aparecida, os segundos mais demorados da minha vida, a sua ida até o portão.
E a polícia!? Não vi nem a sombra. Hoje estou aqui com a insonia mais forte que nunca, com medo de ficar no meu próprio quarto, na casa tão esperada, com cerca elétrica, portão eletronico, e com mais 3 cadeados no portão, grades em todas as janelas, alarmes em todas as portas, mas tudo isso parece ser em vão, aquele braço no portão jamais saíra da minha mente, é só fechar os olhos e ela volta trazendo junto aquela angustia, aquela dor inesplicavel.
Até quando vamos continuar assim!? Quantos fios de alta tensão terei que encher minha casa para me sentir viva!? E o que mais apavora é saber que a plicia até agora não apareceu, nem procurou saber pelo bandido, e nem a hipotese de ele voltar.
Quando vou deitar no travesseiro sem ter medo de ser acordada com uma arma na cara!?
Isso é ausência total de vida!

Um comentário:

Rosy disse...

Lyn do céu!!!
Fikei em panico soh de imaginar a sua situação!!
:O

Meeu Deeus!
Mas ó,vc tah em uma casa cheia de alarme,e vc tem Deus ctg tbm lyndinha!:*
Ele sempre vaiestar ali,olhando por vc!