Na madrugada solitária como sempre, apertando desanimadamente os botões do controle remoto, tomando meu leite com café, ouço então um barulho no portão. Logo levanto e olho de relance em direção ao portão e vejo uma sombra marron, pisco olho novamente, e então decifro que aquele borrão é um braço negro tentando desativar o motor do meu portão, num gesto subito:
-PAAAAAAAAAAIIIIIIIII
Mesmo com o tornozelo quebrado e com a cara virada com meu pai, corro até seu quarto ascendendo todas as luzes possiveis, o coração saltando pela boca, a dor do tornozelo esquecida diante da dor do medo
-PAAAIIIII, TEM GENTE TENTANDO ENTRAR EM CASA, ESTÃO ARROMBANDO O PORTÃO
Em uma fração de segundos, todos que antes dormiam recuperando as forças do final de semana estão acordados e apavorados. Alías o que se faz numa situação dessa!? Ligar para polícia?! Fingir que não há ninguem em casa!? Corre meu pai para sala para ver a situação, o braço que a pouco ali palpeava a procura de abrir o portão, ali já não está mais, uma imensa falta de ar me ataca, e aquela maldita crise de pânico volta como se nunca tivesse desaparecido.
Com o celular na mão meu pai então chama a polícia, que até agora um dia depois de tudo isso, nem sinal deu, espera a policia, a vontade de sair lá fora colocar um cadeado no portão, mas o medo de o ladrão voltar, e continua a espera da policia e nada.
Então resolvemos que tinhamos que fazer algo no portão, com muito medo mas tentando se mostrar forte perante as trÊs mulheres da casa, meu toma a decisão de sair lá fora colocar cadeado no portão. Eu fico na janela observando aquele vão por onde eu vi a mão, com a mão no coração segurando meu cordão de Nossa Senhora Aparecida, os segundos mais demorados da minha vida, a sua ida até o portão.
E a polícia!? Não vi nem a sombra. Hoje estou aqui com a insonia mais forte que nunca, com medo de ficar no meu próprio quarto, na casa tão esperada, com cerca elétrica, portão eletronico, e com mais 3 cadeados no portão, grades em todas as janelas, alarmes em todas as portas, mas tudo isso parece ser em vão, aquele braço no portão jamais saíra da minha mente, é só fechar os olhos e ela volta trazendo junto aquela angustia, aquela dor inesplicavel.
Até quando vamos continuar assim!? Quantos fios de alta tensão terei que encher minha casa para me sentir viva!? E o que mais apavora é saber que a plicia até agora não apareceu, nem procurou saber pelo bandido, e nem a hipotese de ele voltar.
Quando vou deitar no travesseiro sem ter medo de ser acordada com uma arma na cara!?
Isso é ausência total de vida!
Um comentário:
Lyn do céu!!!
Fikei em panico soh de imaginar a sua situação!!
:O
Meeu Deeus!
Mas ó,vc tah em uma casa cheia de alarme,e vc tem Deus ctg tbm lyndinha!:*
Ele sempre vaiestar ali,olhando por vc!
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